As Mercadorias do Comércio Informal



Bom, começaremos essa postagem fazendo uma recapitulação de tudo que falamos até agora em nosso blog, começamos traçando uma linha iniciada na percepção imediata dos elementos : o homem e a natureza, e posteriormente sua ligação que fazem a economia. Analisamos portanto a economia, nosso objeto de estudo primordial, tratamos do espaço econômico, como o homem  produz seus produtos a partir da transformação da natureza e até a existência de mercadorias. 
Colocamos em nossa discussão um fator importantíssimo do estado, até qual ponto ele influi na economia, qual o seu papel na construção das relações econômicas estabelecidas entre os homens e qual a sua verdadeira eficácia nesse controle econômico. A partir do conflito que surge das desigualdades sociais no modo de produção capitalista atual, justificamos a criação do comércio informal, visto como forma de inserção da população, esquecida pelo estado, no esquema econômico. 
Enfim chegamos no comércio informal conceituamos-o de maneira clara, agora começaremos enfim tratar dele, responderemos questões como : o que eles comercializam?, para quem ?, onde?, de que maneira esse comércio funciona? Quais caminhos os produtos passaram até chegar nas mãos dos comerciantes ?. Assim buscaremos fazer uma análise geográfica da informalidade do comércio.

As mercadorias e serviços oferecidos pelos comerciantes informais variam de acordo com o público alvo e com o local ao qual o comerciante vai estabelecer sua prática, os produtos geralmente são relativos a necessidades primárias da população como observado por Gevson Silva Andrade e Edvânia Torres Aguiar Gomes da Universidade Federal de Pernambuco em seu estudo sobre o comécio informal na cidade do Recife :

Paira sobretudo a hipótese de que esses mercados de âmbito local, tais como mercados de vendas de água, gás, padarias, oficinas de consertos de bicicleta, pequenas oficinas de reparos de serviços eletrônicos e eletrodomésticos, lanchonetes e carros de vendas de alimentos, além de fiteiros, bombonieres, comercialização de frutas e refrigerantes nos semáforos de trânsito estão a serviço de uma comunidade mais precisamente definida como de espectro local ou, mesmo que de passantes, relativas a necessidades primárias da população (saciamento de sede, ou de lanches).”

Ou também de acordo com o publico alvo, por exemplo o que se oferece em sinais de transito:


“Outrossim, observa-se que para aqueles que circulam em automóveis particulares, há uma crescente oferta diversificada de recursos associados ao uso de celular, com a comercialização de acessórios das mais diversas especificidades, bem como a oferta de bens supérfluos utilizados como regalos (presentes), tais como ramalhetes, bonecos de pelúcia, perfumes, chaveiros, isqueiros, camisetas de clubes, dentre outros objetos.”


O Novo se confunde com o Velho nesses espaços urbanos de comércio informal :


“Há um jogo de complementaridade que se estabelece e se expande a cada dia nessas vias de circulação. O consumo de frutas de época convive com produtos importados do Paraguai ou da China num mosaico de consumo que se assemelha ao registrado historicamente na cidade do Recife.”


“O hábito de alimentar-se em vias públicas, quer seja com beijus, tapiocas, peixes e anus (caça existente), e rapadura, foi substituído por hot-dogs, água engarrafada, refrigerantes. Assim como os espelhos e demais produtos importados deram lugar aos acessórios importados.”

4 comentários:

Imigração e Cultura Alemã em Juiz de Fora. 4 de julho de 2011 às 16:35  

Adoramos o blog de vocês, sem dúvida, o comércio informal é um grande dinamizador da economia atual. Parabéns pela escolha do tema, que se faz tão presente em nossa realidade.

A Geografia 5 de julho de 2011 às 15:46  

O setor informal abriga os trabalhadores com pouca, ou sem nenhuma qualificação para o trabalho urbano , e que precisam de ter um sustento. Na grande maioria, estes trabalhadores comercializam mercadorias sem nota fiscal, de qualidade inferior. Como diz o ditado: o barato sai caro.

Parabéns, voces conseguiram abordar temas que envolvem questões polemicas.

Carlos Anthony, Igor, Lucas Rocha, Murilo, Thiago Martinez. 5 de julho de 2011 às 16:31  

Um assunto interessante e que para onde olharmos percebemos que há comércio informal. Parabéns pelos posts e pelo assunto.

geografianomar 5 de julho de 2011 às 22:17  

Um tema bem presente em nossas vidas, ja que o comércio informal se encontra em todos as localidades do mundo. Na grande maioria é a única fonte de renda de uma família que ainda tem de enfrentar certos transtornos com as fiscalizações.A solução deveria ser o aumento de oportunidades pra essas pessoas onde o trabalho seja de carteira assinada, para que essa receba todos os benefícios de seu direito. Parabéns pelo blog, esse assunto é bem interessante e em alguns casos trazem grandes polêmicas.

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